Em primeiro lugar, é preciso esclarecer: Orry Freyr Óskarsson e Orri Freyr Hjaltalín são uma e a mesma pessoa. A única diferença é que Óskarsson é um craque do calibe de um Cristiano Ronaldo, Messi ou Wayne Rooney, e o pobre Hjaltalín não chega aos calcanhares de Gunnar Heiðar Þorvaldsson, modesto avançado do IFK Norrköping, mas que mesmo assim teve mais sucesso internacional que Hjaltalín.
Ora, mas quem viu Óskarsson passear a sua qualidade nos relvados virtuais do Championship Manager 2003/2004, jamais esquece as qualidades deste avançado islandês. Frequentemente recordado como uma das maiores glórias do Championship Manager, a veneração virtual a este craque é directamente proporcional às dúvidas sobre a sua carreira no mundo real. O facto de Óskarsson ser, afinal, Hjaltalín, não ajuda a localizar a lenda. Mas já lá vamos.
Fisicamente, Orri era um verdadeiro animal. Mais rápido que Obafemi Martins, mais ágil que João Pinto, mais resistente que Petit, com uma impulsão que fazia corar de vergonha qualquer Bruno Alves... enfim, uma versão incrivelmente melhorada de Eidur Gudjohnsen. O jogo colocava-lhe a etiqueta de ponta-de-lança explosivo, algo que era normalmente sinónimo de muitos golos. Contratar Óskarsson ao modesto Thor (ou Þór, na língua local), significava carradas de golos.
Há uns meses, voltei a passar umas horas a jogar o CM 03/04, e a verdade é que não hesitei em levar o mito islandês para o Tampere United. No primeiro jogo oficial, apontou 4 golos. No segundo, apontou 3. Bem, feitas as contas, e se a memória não me engana, ao fim de 10 jogos levava uns 16 golos. Nada mau para um avançado que tinha apenas, nessa altura, 12 em finalização.
Um manager decidiu partilhar esta bela imagem, onde podemos ver que Orri Óskarsson marcou 67 golos na Serie A 2006/2007. Embrulha Messi.
Na vida real, e como muitos temiam, Óskarsson não exibia tais dotes. Orri Freyr Hjaltalín cumpriu a última época ao serviço do Thor precisamente em 2003. Ao contrário do que acontecia no Football Manager, não foi nem para o Inter, nem para o Boavista, nem para o Dag & Red, nem para o Estugarda. Foi para o... Grindavik, outro pequeno clube da Islândia. Títulos? Nada. Apesar disso, Orri por lá andou até 2011, data em que voltou ao Thor, qual Rui Costa de regresso ao clube que o lançou. Thor que, por esta altura, e se as minhas informações não me enganam, milita na 2ª Divisão da Islândia.
Portanto, está mais que visto que Óskarsson/Hjaltalín (este caso de dupla personalidade assusta-me um pouco) não foi a lado nenhum nos relvados naturais/sintéticos da Islândia. A época passada, ficou-se pelos 2 golos em 22 jogos - mas diga-se em abono da verdade que, aparentemente, o nosso craque foi recuando no terreno e fixou-se no meio-campo.
Ora, agora vem a parte de material exclusivo para matar a curiosidade dos mais entusiastas.
VÍDEO DE ORRI FREYR ÓSKARSSON A MARCAR UM GOLO (num amigável)
(ir sensivelmente para os 4.10)
Que elegância! Que matador! Pena ter ficado aparentemente lesionado. Tirando isso, excelente gesto técnico.
OUTRO GOLO DE ÓSKARSSON/HJALTALÍN (também num amigável)
Reparem na jogada fabulosa! Lança o ataque, e depois vai a correr por lá fora e finaliza ao segundo poste. Maravilhoso, isto é futebol. Pena o relvado sintético ser pior que o do Power Soccer.
E AINDA MAIS UM GOLO DO CRAQUE! (infelizmente também é num amigável)
(a partir dos 4.40)
Excelente finalização à meia-volta, quem dera a muitos craques da Primeira Divisão islandesa!
Ora, em termos de golos, é tudo o que existe de Óskarsson. Há também uma entrevista:
Tenho quase a certeza que, a certa altura, ele refere que no CM 03/04 era o melhor jogador da base-de-dados. Se não refere, devia. É um óptimo cartão de visita, pelo menos na Islândia.
Dados conhecidos:
Golos na carreira: não faço ideia, mas pelo menos 2 em 2011, e mais 3 em amigáveis.
Internacionalizações: nenhuma.
Ponto alto da carreira: provavelmente nenhum.
Situação actual: com 31 anos, voltou ao Thor, clube que o formou e que actualmente joga na 2ª Divisão.
Infelizmente, Orri Freyr Óskarsson falhou redondamente.